Os desafios da rede 5G para os data centers

Autor: Telium Networks
Publicação: 14/09/2018 às 02:57

Com uma expectativa de chegar a tempo para os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020, o 5G é uma revolução que deve desencadear transformações profundas em diversas áreas. Para muitos especialistas, a infraestrutura 5G será a pedra fundamental da implementação comercial de disrupções como os carros autônomos e o aprimoramento de tecnologias em fase inicial, como a Internet das Coisas (IoT).

E um dos desafios dessa iminente evolução é a estrutura dos data centers, que precisará se adaptar para absorver uma geração maior de dados e uma demanda crescente por armazenamento e disponibilidade.

Neste artigo, explicaremos melhor porque o 5G é tão transformador e exploraremos alguns dos desafios e possíveis caminhos que terão que ser percorridos pelos data centers. Boa leitura!

O crescimento exponencial dos dados

Desde que a internet comercial foi lançada nos anos 90 que o volume de dados gerados, armazenados e processados iniciou um processo de crescimento vertiginoso. E esse movimento se acelerou nas últimas décadas, com a popularização de smartphones e da internet móvel.

Segundo o estudo “A Universe of Opportunities and Challenges”, publicado pela IDC, o volume de dados digitais foi de 166 Exabytes em 2006 para 988 Exabytes em 2010. Parece um aumento grande, mas a previsão atual é de que, em 2020, alcance a marca de 40 Zettabytes, que é o equivalente a 40 mil Exabytes ou 40 trilhões de Gigabytes.

Uma boa parte dessa carga passará pelos data centers. A pesquisa Global Cloud Index estimou que o tráfego de rede em data centers foi de 568 Exabytes em 2016 e deve crescer para até 20,6 Zettabytes em 2021.

Um dos impulsionadores desse crescimento exponencial será a infraestrutura 5G. O 5G é o nome dado para a nova geração de internet móvel, que substituirá o padrão atual 4G e entregará uma largura de banda até mil vezes maior com latência 5 vezes menor. Essa nova infraestrutura ainda está em desenvolvimento, mas já passa por testes práticos em países como a Coreia do Sul.

Para acompanhar essa evolução, os data centers precisam se modernizar. E esse processo não precisa ser feito “no susto”, quando o 5G já estiver lançado. É possível começar a investir em mudanças antes disso.

Data centers menores e mais próximos dos usuários

Para servir de suporte para as tecnologias de carros autônomos e aplicações avançadas de realidade virtual, realidade aumentada e outros, a latência ideal é a de 1ms, que hoje só é alcançada por redes locais.

Para alcançar esse valor, além da própria tecnologia 5G, será necessária a construção de data centers que estejam mais próximos dos usuários e, especialmente das torres de telecomunicações que transmitirão o sinal.

Mesmo com a tecnologia mais moderna imaginável, ainda não existem formas de transmitir dados em velocidades mais rápidas que a luz, portanto, um pouco de latência será inevitável para dados que cruzarem o planeta. Com mais data centers distribuídos, esse tempo de viagem pode ser reduzido.

Essa é uma tendência que supera, inclusive, as anteriores, como instalar data centers em lugares com clima mais frio, para reduzir os gastos com resfriamento, e perto de usinas de eletricidade, para suprir a altíssima demanda energética desse tipo de estrutura.

A expectativa, portanto, é de que em vez de data centers imensos, sejam instalados micro data centers que poderão dar um suporte melhor para a nova tecnologia 5G. E, além disso, também devem ser desenvolvidas novas soluções para alocar energia elétrica de forma mais inteligente em data centers e reduzir a necessidade de que eles fiquem localizados próximos a geradores de energia.

A hegemonia dos cabeamentos com fibra ótica

A tecnologia da fibra ótica está cada vez mais poderosa e barata. E com o crescimento dos volumes de dados decorrente da chegada do 5G, ela se tornará essencial para o cabeamento dos data centers na próxima década.

Atualmente, muitos deles ainda utilizam a estrutura tradicional de cabeamento de cobre, que é barata, eficiente e relativamente rápida. Mas como será necessário lidar com volumes elevados de dados, a capacidade maior da fibra será mais importante do que qualquer um desses outros fatores.

Portanto, a tendência é de que o cabeamento para dados em data centers adote a fibra ótica e descarte os velhos cabos de cobre de uma vez por todas.

Além da capacidade de lidar com volumes maiores de dados, os cabos de fibra ótica duram até 10 vezes mais que os cabos de cobre e consomem 5 vezes menos energia para a transmissão de dados, se tornando uma opção bem mais econômica no longo prazo.

Tendência de virtualização de funções de rede

As soluções para data centers na era do 5G não envolvem apenas melhorias estruturais de hardware: o software também será fundamental para que o mundo consiga lidar com um volume tão grande de dados.

E uma das tendências mais forte é a virtualização de funções de rede, também chamada de NFV (Network Functions Virtualization). Já existe tecnologia disponível para esse tipo de solução e ela já começa a ser adotada por diversas empresas, mas a expectativa é de que seja padrão em alguns anos.

A NFV é uma virtualização da arquitetura de rede que parte das técnicas de virtualização da TI. Com ela, em vez de utilizar hardware especializado e caro para algumas funções, máquinas virtuais assumem a responsabilidade com um custo reduzido e uma flexibilidade bem maior.

Essas máquinas virtuais executam processos que antes eram feitos por switches, racks de armazenamento e servidores de alta disponibilidade, permitindo que a infraestrutura de rede possa ser adaptada de acordo com as necessidades de cada organização.

E por fim, o 5G também deve desencadear uma tendência para mudança nos modelos de gerenciamento de projetos: o tradicional método waterfall já é considerado lento demais para o desenvolvimento de software e cada vez mais vem sendo substituído pelos frameworks do método ágil.

A expectativa é que essa abordagem também seja aplicada no desenvolvimento da infraestrutura de data centers que terá que ser construída para suportar o crescimento do volume de dados em consequência do 5G.

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